Sobre ser potente – e acreditar nisso!
- Ana Basaglia
- 18 de nov. de 2021
- 3 min de leitura
Estou finalizando o primeiro ano do meu Doutorado. Além de assistir as aulas com excelência, é cobrado dos alunos uma produção escrita e eu ando sempre aflita, achando que não vou dar conta, vou ser expulsa do programa, vou ter um colapso, sei lá.
É interessante os caminhos que a gente segue, sempre achando que não vai dar conta… e acaba dando, né?
Explico: na semana passada faltei na aula da 2ª disciplina que mais gosto (já falo da melhor disciplina ever), um lugar de (re)conhecimento, arte, acolhimento, muitos insights produtivos e criativos. Hoje, excepcionalmente, todos deviam assistir palestras on-line da universidade, mas como essa professora não podia cancelar sua aula, ela decidiu que daria orientações pontuais aos alunos, visando a produção de artigos, e depois nos liberaria pras palestras.
Eu, como havia faltado na semana anterior, cheguei na aula sem nada preparado. Enquanto a professora ia conversando com os outros colegas, rascunhei rapidamente minha proposta de artigo. Do nada. Do nada que é a minha cabeça, claro, atolada de ideias, propostas, caminhos vislumbrados. E minha proposta foi aprovada, sem grandes questionamentos.
Ou eu sei minimamente o que estou fazendo, ou a professora não sabe nada. Como ela é sensacional, muito competente e tal, devo pensar que eu também sei o que estou fazendo, né, e que meu artigo vai sair, sim, conforme solicitado, e sem nenhum colapso da minha parte. ;-)
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A pandemia atrapalhou a vida de muita muita gente, sei disso. Milhões de pessoas ao redor do mundo foram instadas a ficarem em isolamento social e sabe D’us a extensão dos danos. Ainda assim – e por causa da pandemia – coisas interessantes foram possíveis. Por exemplo, eu cursar uma disciplina na Universidade Federal de Goiás, estando em São Paulo. Essa é a melhor disciplina ever, duvido que eu vá gostar tanto de outra matéria como gosto dessa. Por vários motivos: é liderada por um professor que sabe tudo do tema e partilha as coisas de maneira muito generosa; aborda meu tema de pesquisa principal; tem colegas de vários lugares diferentes e igualmente interessados no assunto; como é um tema meio underground a condução também segue meio enviesada e mais relaxada (em relação às amarras da academia), mas isso não significa menos conhecimento ou pesquisa, estamos produzindo e aprendendo muito! Mas, puxa, estamos em novmbro, já está acabando… já tô sofrendo de abstinência antecipada… :-(
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Fora desse universo acadêmico, assisti uma outra aula on-line que versou sobre como descobrir/definir/seguir/mostrar seu propósito ou habilidade, desenvolver um produto (provavelmente digital) qualquer, entregar e faturar com isso (não é exatamente isso que é dito, mas é disso que se trata).
Assisti a apresentação, bem feitinha e com sentido, mas a real é que nada daquilo era exatamente novidade para mim. Por que? Porque eu compreendo a trilha proposta, eu já estudei isso algumas vezes, já li, já vi exemplos de aplicação. Algo está me impedindo de seguir por esse caminho… Acho que são 3 principais motivos: frequentemente acho que o ‘produto’ que eu gostaria de entregar precisa ser reeeeaaaaaalmeeeeente bom (e eu nunca acho que está bom o suficiente); porque eu não sinto verdade nessas propostas, acho tudo muito superficial e tenho pavor de ser considerada ‘oportunista’ (nível de exigência lá nas picas, né, migues); porque talvez seja mais confortável se manter no campo conhecido da mesmice de sempre do que se entregar a fazer algo que eu não domino (mas eu soooofro enquanto patino nesse dilema should-I-stay-should-I-go, não quero essa mediocridade).
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O que me faz voltar à premissa inicial: eu frequentemente acho que não vou dar conta, mas acabo dando, invariavelmente dou! Que lugar é esse, gente, que a gente desacredita tanto assim da gente??? É da criação da mulher (não vejo os homens titubeando tanto asim)? Que batalha ensandecida é quebrar esse ciclo, reconhecer as potencialidades, honrar as habilidades, escolher e dar conta do que elencamos fazer, pra você, por você.
Enfim… sigamos. Eu sigo. Reclamo, mas sigo! kkkkkkk
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Preciso arrumar um jeito de lembrar que eu ganhei uma BOLSA Capes logo que ingressei no Doutorado, alguma(s) boa(s) qualidade(s) devo ter, não é mesmo?... ;-)




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